6ª Circular ABRAPT

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ABRAPT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM TRADUÇÃO

Ponte Hercílio Luz estilizada ESTUDOS DA TRADUÇÃO E DIÁLOGO INTERDISCIPLINAR

6a CIRCULAR

Saiu a lista dos simpósios propostos  para o Congresso da ABRAPT: https://abrapt.wordpress.com/2012/12/07/simposios-propostos/

Tradutores, intérpretes, pesquisadores, professores e estudantes de pós-graduação inscrevam-se no simpósio da sua escolha diretamente com os coordenadores.

Enviem o resumo da sua  proposta de comunicação para os coordenadores do simpósio que escolheu até 28 de fevereiro de 2013!

BOAS FESTAS!

CRÉDITOS DAS TRADUÇÕES

Alemão: Melanie Strasser

Inglês: Billy Hanes

Italiano: Nicoletta Cherobin

Espanhol: Rosario Lázaro Igoa

Mandarim: Ye Li

Árabe: Manhal Kasouha

Russo: Anastassia Bytsenko & Ekaterina Volkóva Américo

Francês: Emilie Audigier

Simpósios propostos para o XI Congresso Internacional da ABRAPT e V Congresso Internacional de Tradutores

A EXPRESSÃO DO TRADUTOR ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA

Este simpósio convida comunicações que procurem refletir sobre a figura do tradutor, seu discurso ou o discurso sobre ele como agente mediador entre saberes interlinguais ou intersemióticos. Com o intuito de evidenciar a interdisciplinaridade, o simpósio abre-se para diferentes perspectivas teóricas, sejam elas historiográficas, biográficas, psicanalíticas, linguísticas, etc, e para diversos materiais de análise: artigos científicos e de jornais, entrevistas, programas de tv e filmes, paratextos, obras ficcionais ou teóricas, que enfoquem o perfil do tradutor e/ou sua palavra sobre sua atividade. Procura-se, em suma, pensar sobre a voz e a expressão dos tradutores — quem são e sobre o que falam, dando-lhes maior visibilidade e levando em conta que seu discurso é uma maneira de teorizar sobre a tradução, como aponta Anthony Pym ao escrever que os tradutores “estão constantemente teorizando como parte da prática regular de tradução” (2010, p. 7, nossa tradução), ou como elabora Michel Cresta quando propõe que “toda tradução é, a princípio, uma teoria da tradução” (1984, p. 53, nossa tradução).

Coordenadores: Carolina Paganine (UFSC) e Ricardo Meirelles (Centro Universitário Anhanguera)

E-mails: carolgp@gmail.com, meirell@yahoo.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: Português, inglês, francês e espanhol.

A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO TRADUTOR NAS UNIVERSIDADES:  REFLEXÕES E EXPERIENCIAS

Este simpósio reúne trabalhos que discutem a formação do tradutor, bem como experiências relacionadas ao trabalho desenvolvido nas universidades em relação aos estudos e à prática de tradução. O simpósio tem como objetivo (a) identificar o panorama atual da formação de tradutores nas universidades; (b) verificar se é estabelecido um diálogo entre a formação docente e as outras formações profissionais; (c) identificar aspectos que necessitam ser discutidos sobre a formação profissional em nível de bacharelado e licenciatura nos cursos universitários.

Coordenadores: Danielle M. Dubroca Galín (USAL), Talita de Assis Barreto (UERJ/PUC-Rio) e Telma Cristina Almeida (UFF)

E-mails: danielle@usal.es, talitaabarreto@gmail.com, tcaspereira@uol.com.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, espanhol e francês.

 

 A HISTÓRIA E A HISTORIOGRAFIA DA TRADUÇÃO

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Este Simpósio pretende oferecer espaço para a apresentação de trabalhos sobre aspectos específicos da história da tradução, especialmente do Brasil, e trabalhos mais gerais sobre tendências e correntes históricas da tradução. Lieven D’hulst, no artigo “Why and How to Write Translation Histories” (2001), publicado na revista CROP 6  — “Emerging Views on Translation History in Brazil”, aponta possíveis enfoques para estudos historiográficos da tradução, que podem se voltar, por exemplo, para os tradutores, para os textos que são objeto de tradução, para os veículos desses textos, para as motivações do gesto tradutório, para as estratégias empregadas, para os agentes iniciadores e facilitadores das traduções e para o público ao qual esses textos se destinam. A esses enfoques podemos acrescentar, ainda, as teorias de tradução, a recepção de obras traduzidas e o uso político das traduções, dentre outros. Além disso, a massa crítica acumulada nos últimos anos já permite que estudiosos se debrucem também sobre a historiografia da tradução propriamente dita: o que já foi feito, por quem, e de que modo. A Subárea de Historiografia da Tradução no X Encontro de Tradutores em Ouro Preto em 2009 teve apresentações de grande interesse, uma seleção das quais foi publicada no periódico Tradução e Revista 8 (2010/1) Contribuições para uma historiografia da tradução. Espera-se que o Simpósio de Historiografia proposto dê continuidade às produções anteriores, ajudando a construir história(s) da tradução e a mapear esse território onde há tanto a ser explorado.

Coordenadores: Márcia Martins (PUC-Rio) e John Milton (USP) e Georges Bastin (Université de Montréal).
E-mails: martins@domain.com.br, jmilton60@gmail.com, georges.bastin@umontreal.ca

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, inglês, espanhol

ARQUIVOS E COLEÇÕES: A LITERATURA ITALIANA NO BRASIL

A proposta do simpósio insere-se no campo dos estudos de literatura comparada e estudos da tradução, em particular no diálogo entre a literatura italiana e a brasileira. O objetivo principal é pensar os fluxos tradutórios e as relações culturais entre as duas culturas, por meio de textos da literatura italiana traduzidos e publicados no Brasil.

Arquivo vem do grego Arkhê, começo e comando, um lugar a partir do qual a ordem é gerada e mantida. Mas o mal de arquivo é inevitável, pois é necessário correr atrás dos dados, refazer os caminhos, descobrir outros. Um arquivo pode conter inúmeros outros arquivos. A tradução faz circular um texto fora da sua tradição e a consequência é uma (ou mais) releitura(s) e a disseminação do texto, a sua pervivência. Dentro desta perspectiva, propõe-se um espaço para o diálogo e a reflexão sobre as trocas e os fluxos que caracterizam essa relação(s).

Coordenadores: Lucia Wataghin (USP); Andrea Santurbano (UFSC)

E-mailsluciawataghin@gmail.com, andreasanturbano@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português e italiano

AS FORMAS DA RETRADUÇÃO EM LITERATURA

É do entrosamento da literatura com a tradução que a prática da retradução retira seus frutos mais instigantes. O presente simpósio propõe pensar sobre esse diálogo por meio da investigação de aspectos práticos e teóricos da tradução literária nos gêneros poético, ficcional e dramático, enquanto processo que pode nutrir-se da análise de trabalhos tradutórios anteriores realizados sobre o mesmo texto. A retradução é o tema escolhido devido à sua relevância para o atual cenário acadêmico dos estudos sobre tradução, em que as ideias de pensadores como Antoine Berman, Henri Meschonnic, entre outros, têm estimulado prolífico debate, talvez ainda pouco difundido no Brasil. O objetivo deste simpósio é refletir sobre as formas da retradução, tanto a respeito do papel da retradução literária como mais do que simples escritura de uma nova tradução, quanto de questões éticas, estéticas e políticas envolvidas nessa prática que, embora tão antiga, somente nas últimas décadas tem sido teorizada.

Coordenadores: Vitor Amaral (Doutorando na FL/UFRJ e tradutor concursado da UFRJ) e Émilie Audigier (Pós-doutoranda no PGET/UFSC e tradutora)

E-mails: emilie.audigier@hotmail.fr , vitoraamaral@yahoo.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, francês, inglês.

 

 

AS TRADUÇÕES DE OBRAS BRASILEIRAS NO EXTERIOR

Este simpósio propõe acolher pesquisas que visam contribuir para um conhecimento renovado da memória editorial das traduções de obras brasileiras, literárias e ensaísticas, no exterior. O foco dos trabalhos a serem submetidos pode recair sobre os tradutores de obras brasileiras publicadas em paises estrangeiros e/ou sobre as editoras que publicam estas obras no exterior, obras individuais traduzidas e/ou autores brasileiros traduzidos.

Apesar do interesse manifesto e crescente em todo o mundo pelo que se produz no Brasil, em termos culturais e editoriais, seja literatura ou ensaios nas mais diversas áreas do conhecimento, o país desconhece, salvo raras exceções, o estado atual das traduções deste acervo no exterior. Não dispomos no Brasil de suficiente, detalhada e circunstanciada informação sobre a tradução de seus  autores. Quem são os tradutores e editores que realizam esta passagem e de que maneira ela se dá? Quem são os autores brasileiros traduzidos? Como são eles traduzidos, quando e por que? Quais os momentos históricos em que a produção nacional se viu privilegiada nesta ou naquela cultura de acolhida. Que relações se teceram, então, e quais permanecem? Quais autores e/ou obras estiveram em foco?

É fato que o Brasil vem experimentando destaque crescente no exterior. Se em 1994, após ser destaque na importante feira de Frankfurt, na Alemanha, o número de traduções de livros brasileiros aumentou substancialmente, um fenômeno semelhante, mas ainda mais consistente, é esperado para 2013, quando novamente o Brasil será destaque em Frankfurt. No final dos anos 90, o ritmo da presença brasileira no exterior diminuiu consideravelmente, devido à falta de continuidade nos incentivos governamentais, mas atualmente a situação apresenta-se muito diferente disso. Em 2011, a Fundação Biblioteca Nacional apresentou o Programa de Apoio à Tradução e Publicação de Autores Brasileiros no Exterior, um programa federal de estímulo à internacionalização da literatura brasileira que prevê o investimentos significativos ao longo dos próximos dez anos.

Estudar história da tradução não é assunto novo. Desde sempre, tradutores, tendo se debruçado sobre seu trabalho, refletiram, também, sobre a história de sua profissão e de sua prática. Esta história está, no entanto, em sua maioria, fragmentada, aqui e ali, em prefácios e alguns poucos capítulos de livros. A área formalmente constituída dos Estudos da Tradução, enriqueceu-se, a partir dos anos oitenta, com o aporte de teorias e abordagens que ultrapassaram em muito as tradicionais abordagens da linguística e da literatura comparada. A tradução hoje, como o fenômeno complexo que ela é, demanda ser também estudada sob um ponto de vista sociológico e histórico.

No Brasil, do ponto de vista de uma história interna, os estudos em história da tradução começaram já no final da década de oitenta, mas, como muitos pesquisadores são unânimes em afirmar, uma pesquisa mais sistemática e completa ainda espera por ser feita. Em se tratando da tradução de obras brasileiras,  muito mais ainda clama por ser feito. As perguntas que este simpósio se propõe a acolher, discutir e responder compõem um amplo projeto de resgate histórico sobre a publicação de obras brasileiras traduzidas. Passado e presente, articulados, podem vir a formar um retrato importante de como se traduz o Brasil no exterior.

Coordenadores: Claudia Borges de Faveri (UFSC) e Ana Cristina Cardoso(UFPB)

E-mails: cbfaveri@gmail.com, anacristinaufpb@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, francês, espanhol

 

A TRADUÇÃO COMO ATIVIDADE COGNITIVA

Tomando por base os trabalhos de Hurtado Albir & Alves (2009) e Alves & Hurtado Albir (2010), este simpósio tem como objetivo discutir a tradução como atividade cognitiva, tanto do ponto de vista teórico quanto metodológico. Serão consideradas propostas que abordem (1) questões teóricas relacionadas à interface entre os estudos da tradução, as ciências cognitiva e os estudos sobre conhecimento experto, (2) procedimentos metodológicos para fins de coleta e análise de dados a partir de uma perspectiva empírico-experimental, (4) a replicação de experimentos, (5) questões de cunho multidisciplinar que busquem aprofundar as pesquisas sobre o processo tradutório e a expertise em tradução.

Coordenadores: Fabio Alves (UFMG) e Amparo Hurtado Albir – Catedrática de Tradutología, Universidade Autonoma de Barcelona (UAB)

E-mails: fabio.ufmg@gmail.com, Amparo.Hurtado@uab.es

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, espanhol e inglês

A TRADUÇÃO COMO ESPAÇO DO PROVISÓRIO E DO INTRADUZÍVEL: RELAÇÕES DE TEMPO E ESPAÇO ENTRE AS LÍNGUAS

Este simpósio quer abrigar comunicações em que se discuta a tradução como processo e produto em que se tenta desfazer a impossibilidade de comunicar. Considera-se aqui que essa impossibilidade inerente se apresenta como resultado das distâncias entre o texto fonte, seu autor e o momento de criação, por um lado, e o tradutor, o leitor e o momento da criação da tradução e da leitura do texto traduzido por outro.

O interesse do simpósio é, portanto, discutir tentativas de tradução como momentos em que a passagem do tempo e o deslocamento espacial são desfeitos pelo tradutor, cujo olhar deixa no texto traduzido marcas de atualização (ou localização) do texto fonte. Tomamos como ponto de partida a afirmação benjaminiana de que “toda tradução é apenas uma forma, de algum modo provisória, de lidar com a estranheza das línguas” (BENJAMIN, 2010, p. 215), e levantamos a hipótese de que essa forma provisória é ditada pelo que de cada língua permanece intraduzível. Esse intraduzível, longe de negar a tradução, afirma-a como uma tarefa cuja riqueza está justamente no “provisório” que insiste em sempre pôr em cena, ao mesmo tempo em que se põe à escuta das diferenças, dos equívocos e das lacunas. Diante do descompasso entre a língua e o mundo do texto a traduzir e sua própria língua, seu próprio mundo, cada tradução é apenas uma possibilidade materializada entre tantas outras que se perderam e que poderiam ter chegado a existir em situação diferente.

Nesse sentido, são vários os elementos que definem ou limitam as escolhas tradutórias e confirmam sua condição de transitoriedade e mesmo de intraduzibilidade. Na tentativa de dar materialidade ao que é, na sua essência, imaterial e intangível, o tradutor revela a humanidade presente na escrita, uma vez que, a “única fonte para o significar é justamente o ser transitório do mundo, a ruptura com a transcendência” (SELIGMANN-SILVA, 2005, p. 127).

Nessa linha, o presente simpósio tem o objetivo de abarcar discussões acerca desse jogo entre o material e o imaterial, considerando questões de intraduzibilidade e transitoriedade. Além de aspectos ligados a traços linguísticos que desafiam o tradutor, o que se quer é debater também a influência, no trabalho do tradutor, de elementos culturais, sociais, históricos, editoriais, simbólicos, entre outros.

Coordenadores: Alessandra Oliveira Harden (UnB) e Viviane Veras (UNICAMP)

E-mails: oliveira.ales@gmail.com, viveras@gmail.com

Línguas aceitas para comunicações neste simpósio: português, inglês, espanhol

 

A TRADUÇÃO DE OBRAS FRANCESAS NO BRASIL

Voltado para a tradução de obras francesas no Brasil, este simpósio acolherá trabalhos de temática variada, oriundos de diferentes horizontes teóricos e que venham a contribuir de forma significativa para a reflexão sobre esse tema em suas diversas formas de atualização. Assim, serão aceitos estudos sobre autores e obras específicos, bem como sobre questões ligadas ao mercado editorial, à análise de traduções no campo literário brasileiro a questões teóricas e à história da tradução. Serão aceitos trabalhos tanto em língua portuguesa quanto em língua estrangeira, desde que, neste último caso, o proponente entregue, antes da apresentação, arquivo (formato word ou pdf) do texto traduzido para o português a fim de que seja projetado durante sua intervenção

Coordenadoras: Ana Cláudia Romano Ribeiro (Mestrado em Letras/UNINCOR) e Marta Pragana Dantas (PPGL/UFPB)

E-mails: praganamarta@yahoo.fr, anaclaudiarr@hotmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: Português, francês, inglês, espanhol

 

A TRADUÇÃO ENTRE DOIS OCEANOS: BRASIL E PERU

Traduzir pressupõe a retomada de um princípio básico na ordem da natureza humana, em que todo processo de intercâmbio está implicado: o mesmo movimento que leva alteridade, também traz alteridade. Desse modo é possível imaginar o papel simbólico desencadeado pela rodovia recentemente construída entre os dois países, como fator de integração regional. Como ponto de interseção entre duas regiões do continente latino-americano cuja representação comum padece de densidade, a estrada, como um sugestiva representação gráfica do sinuoso trabalho da tradução, assume a figura de ponto de encontro e exercício da performance que o conhecimento assume, em ambos lados da fronteira. Conhecer e reconhecer as histórias, tradições, e conflitos do outro é se colocar de frente para o caminho que leva até ele. O universo andino peruano, herdeiro de uma cultura milenária, reclama sua tradução no interior do país vizinho, e vice-versa, a partir de vários campos disciplinares. Serão aceitas comunicações que versem sobre a tradução em seu sentido estrito, assim como trabalhos de provenientes de outras disciplinas (trabalhos não vinculados ao campo apenas da tradução, mas também da Historia, Ciência Social, Teatro, etc.) que tenham como universo de pesquisa o mundo andino e aportem conhecimento sobre a realidade peruana.

Coordenadores: Rômulo Monte Alto (UFMG) e Ligia Karina Martins de Andrade (UFAM)

E-mails: romulomalto@uol.com.br, lkmandrade@yahoo.com.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, espanhol.

A TRADUÇÃO E O ORIGINAL: TEORIA, CRÍTICA E PRÁTICA

Este simpósio pretende congregar trabalhos cuja metodologia esteja centrada no cotejo entre texto/cultura-fonte e texto/cultura-alvo: análises de traduções (técnicas ou literárias), relatos de práticas reflexivas de tradução (publicadas ou em andamento) e a discussão de aspectos teórico-metodológicos da tradução e crítica tradutória. O objetivo é congregar não somente comentários acerca de traduções de natureza diversa – obras filosóficas, literárias, documentos jurídicos, entre outros –, mas também realizados sob os mais diversos pontos de vista teórico-metodológicos.

Desta maneira, serão aceitas contribuições dos seguintes tipos: (a) análises de traduções empreendidas por terceiros, atuais ou antigas, dos pontos de vista linguístico, histórico-culturais (Even-Zohar 1979, 1990), paratextuais (Levefere in Bassnett & Levefere [eds]: 1990), bem como do ponto de vista das normas de tradução (Toury 1995) ou do projeto tradutório (Berman 1984, 1985, 1995); (b) relatos de traduções em andamento, versando sobre a relação teoria e prática tradutórias ou sobre questões de metodologia tradutória (ver, por exemplo, Nord 2006 e Vinay & Darbelnet 1995); (c) discussões teórico-metodológicas acerca da crítica de traduções.

Coordenadores: Andréa Cesco (UFSC) e Fabiano Seixas Fernandes (UFC) e Gilles Abes (UFSC).

E-mails: andrea.cesco@gmail.com, fbnfnds@gmail.com, gillesabes73@gmail.com.

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, inglês, francês e espanhol.

COMPETÊNCIA E EXPERTISE EM TRADUÇÃO

A competência tradutória e o conhecimento experto em tradução vêm sendo investigados a partir de diferentes abordagens, e o mapeamento do comportamento de tradutores profissionais que apresentam uma competência tradutória desenvolvida ou alto grau de expertise em tradução tem tido impacto nas diretrizes adotadas em cursos de formação de tradutores. Com o intuito de promover o debate e a reflexão sobre o assunto, este simpósio sobre competência e expertise em tradução tem como objetivo reunir trabalhos que investigam características da competência tradutória e/ou da competência do tradutor, aquisição da competência tradutória, características do comportamento experto em tradução, mapeamento do comportamento de tradutores expertos, comparação entre o comportamento do tradutor experto e do tradutor novato, relação entre competência tradutória, expertise e formação de tradutores, entre outros.

Coordenadores: José Luiz Vila Real Gonçalves (UFOP) e Tânia Liparini Campos – (UFPB) E-mails: zeluizvr@gmail.com, t.liparini@ig.com.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, espanhol e inglês

 

 

CONFLITOS E DESAFIOS DO “ENTRE-LUGAR” DA TRADUÇÃO E DO(A) TRADUTOR(A) NA CONTEMPORANEIDADE

Se for verdade que, como dizem as palavras bíblicas, “no início, era o verbo”, isto é, a palavra, pode-se afirmar que desde os primórdios, a tarefa de traduzir é conflituosa e desafiante. As palavras bíblicas de S. João, provavelmente, foram: “No início, era o ‘logos’”, já que o texto estava em grego. Na “Carta à Pamáquio”, Epístola 57 (395), São Jerônimo, para se defender da acusação de infidelidade na tradução, afirma: “Se traduzo palavra por palavra, torna-se absurdo; se […] modifico por pouco que seja a construção ou o estilo, parece que me demito da tarefa de tradutor”. Mais tarde, outros tradutores como Schleiermacher, Dryden, Haroldo de Campos e Millôr Fernandes também discutiram os problemas de tradução com base nos conflitos que a complexidade da tarefa gera. Discutir a tradução no contexto contemporâneo envolve, entre outras coisas, refletir sobre ambivalências e paradoxos, hibridismos e pluralidade de vozes. Assim, esta proposta pretende discutir e destacar os desafios e conflitos do(a) tradutor(a), situado(a) no “entre-lugar” e no “double bind” da tradução, alem de problematizar as representações de tradução na atualidade.

Coordenadoras: Ana Maria de Moura Schäffer (UNASP) e Rosa Maria Olher (UEM)

E-mails: natifran2@gmail.com, rmolher@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português

 

DIÁLOGOS ENTRE OS ESTUDOS DA TRADUÇÃO E A PSICANÁLISE

As relações entre Tradução e Psicanálise remontam às primeiras concepções freudianas sobre o psiquismo amparadas nas questões atinentes à linguagem. Antes mesmo do surgimento da psicanálise, nos Estudos sobre histeria, o sintoma torna-se um signo ou sintagma convertido em sofrimento corporal, a ser recuperado e traduzido pela via do simbólico através da talking cure. Mas é na sua obra mestra, A interpretação dos Sonhos (Die Traumdeutung), que se coroa a relação de proximidade entre o trabalho analítico e o ato tradutório, entre as linguagens inconsciente e consciente.

Se por um lado as proposições do fundador da Psicanálise nos convidam a pensar as relações entre estes domínios, a discussão sobre esta interface se renova hoje a partir da entrada de sua obra para o domínio público em 2010, a partir de quando finalmente passamos a contar com as primeiras versões de Freud para a língua portuguesa feitas diretamente do alemão. Percebemos atualmente, portanto, uma “fecunda desordem” nos estudos da obra de tão influente autor, que finalmente se vê traduzido em diferentes propostas de seu estilo e de terminologia.

Entretanto, na verdade, as relações entre a Psicanálise e os domínios do conhecimento relacionados à Linguagem conta com uma tradição de décadas. Uma tradição que muito deve ao retorno proposto por Jacques Lacan à obra de Freud amparado nas proposições de linguistas como Saussure e Jakobson por um lado, e de grandes nomes da Literatura como Shakespeare e Sade por outro. A partir de então, se expande o campo das interrogações possíveis entre os domínios das línguas, dos estilos, da escrita, da fala, da singularidade, da interpretação. Cabem, portanto, neste simpósio, diferentes formas de propostas que lancem luz sobre as possíveis relações entre estes domínios.

Coordenadores: Marcelo Bueno de Paula e Pedro Heliodoro Tavares

Emails: marcelo.djehuty@gmail.com, pht@usp.br

Línguas utilizadas no Simpósio: português, espanhol, francês e alemão

 

 

 

EDUCAÇÃO INTERCULTURAL: A COMPETÊNCIA INTERCULTURAL NA PEDAGOGIA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA E DA TRADUÇÃO

O processo de aprendizagem de uma língua estrangeira para tornar-se um tradutor proficiente envolve a aquisição de uma competência intercultural. Para chegar a ter uma proficiência nativa da língua, aprendizes da língua precisam estar familiarizados com os padrões, tanto linguísticos quanto culturais, do discurso de falantes nativos. Da mesma forma, um tradutor proficiente deveria ser capaz de compreender todas as nuances culturais da língua de origem e da língua meta, para poder transpor adequadamente um texto de uma língua para outra.

Este simpósio tem como objetivo contribuir para uma melhor compreensão das diferenças culturais na conceitualização e na competência interculturais. Propomo-nos de pesquisar até que ponto esses conceitos são promovidos e integrados na aquisição da língua estrangeira (FLA) e nas práticas do ensino da tradução. Aceitamos contribuições originais sobre tópicos  gerais como (i) a instrução ou competência intercultural na língua estrangeira e nas salas de aula de língua estrangeira ou/e de tradução, (ii) a aquisição de competências interculturais por estudantes de línguas ou/e de tradução, (iii) a avaliação das dimensões interculturais por professores de línguas ou/e de tradução, e (iv) o impacto de temas atuais de digitalização, migração e ‘glocalização’, mas também de neo-colonialismo, regionalismo e do nacionalismo, no ensino e na aquisição de uma consciência intercultural.

Coordenadores: Helene Stengers (Vrije Universiteit Brussel, Belgium) e Arvi Sepp (Universiteit Antwerpen, Belgium)

E-mails helene.stengers@ehb.be,  Arvi.Sepp@ehb.be

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, francês, espanhol, inglês, alemâo.

ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO: QUESTÕES DE TRADUÇÃO JURÍDICA E DE TRADUÇÃO JURAMENTADA

Voltado para pesquisadores universitários, tradutores públicos e tradutores com especialidade em tradução jurídica, e situando-se na confluência entre a jurilinguística e a tradutologia, este simpósio visa à discussão das árduas questões que envolvem a prática da tradução jurídica. Prática compreendida como lugar onde a reflexão e a experiência emergem, processo e produto que  toma corpo nos textos e discursos traduzidos.

Considerando-se a diversidade de línguas, culturas e sistemas jurídicos que estão na base do trabalho teórico e prático de tradução, serão enfatizados questionamentos sobre as funções e especificidades do texto jurídico, questões de equivalência e fidelidade, argumentação jurídica e modos de organização do discurso, bem como a formação do tradutor jurídico.

Coordenadores: Teresa Dias Carneiro (PUC-Rio) eMárcia Atálla Pietroluongo (UFRJ)

E-mails: teresadc@terra.com.br, pietromarcia@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, inglês, francês e espanhol.

 

ESPAÇOS DE DIÁLOGO DA REPRESENTAÇÃO CULTURAL EM TRADUÇÃO

A interdisciplinaridade tem como desafio o diálogo entre áreas afins e a proposição de novos olhares e reflexões sobre caminhos e objetos de estudo demarcados. Este é o caso da interface tradução-jornalismo que em dez anos de pesquisas, marca o diálogo de áreas como a filosofia, antropologia, administração, comunicação, história, educação com espaços do discurso, semiótica, pragmática e semântica. Ancorada no funcionalismo alemão, suas pesquisas partem do conceito da tradução como ato comunicativo (NORD, 1991) e da representação cultural (ZIPSER, 2002), ampliando o conceito do texto para o fato gerador da tradução e provocando diferentes versões/leituras dependendo do público receptor, da finalidade da tradução e dos filtros/marcas culturais envolvidos no processo de retextualização. Esse ampliar de discussões evidencia a complexidade e consistência da interface além da dinâmica dos estudos tradutórios e da representação cultural.

Coordenadores: Meta Elisabeth Zipser (UFSC) e Silvana Ayub Polchlopek (Universidade Tecnológica Federal do Paraná –UTFPR)

E-mails: metazipser@gmail.com ,  sil-in-sc@uol.com.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português

                                                                                                                    

ESTUDOS DA TRADUÇÃO BASEADOS EM CORPUS (ETBC) E ESTILÍSTICA TRADUTÓRIA

Após 10 anos de criação da subárea dos EBTC  foi consolidada uma vertente de investigações com foco na tradução e na natureza diferente e específica do texto traduzido (TT) em relação ao texto não traduzido e/ou ao texto original. Recentemente alguns destes estudos incorporaram a investigação do estilo do TT e de tradutores, em interface com os estudos de estilística. Traços do estilo do texto traduzido e o comportamento linguístico de tradutores são investigados, usando-se a metodologia de corpus e o suporte da estilística. Este simpósio pretende congregar diferentes pesquisas que adotam princípios e métodos dos estudos da ETBC  e investigam as características de textos traduzidos e/ou o estilo dos textos traduzidos e/ou de tradutores profissionais e literários, com base em corpora paralelos e comparáveis de textos literários, especializados, jurídicos, jornalísticos, políticos, entre outros. Os objetivos são discutir resultados de trabalhos fundamentados no arcabouço teórico e metodológico citado, e mostrar a produtividade dos estudos de estilística tradutória no âmbito dos ETBC.

Coordenadores: Diva Cardoso de Camargo (UNESP), Célia Maria Magalhães(UFMG) e Paula Tavares Pinto Paiva (UNESP)

E-mails: divaccamargo@gmail.com, celiamag@gmail.com, paula@ibilce.unesp.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, inglês, espanhol.

FORMAÇÃO DE TRADUTORES: ABORDAGENS TEÓRICAS E PRÁTICA

No Brasil, o ensino e a aprendizagem da tradução em âmbito universitário, bem como a pesquisa na área de tradução são fenômenos relativamente recentes. Atualmente, configura-se em realidade inquestionável. Nos últimos 50 anos, os estudos da tradução têm avançado grandemente, à medida que os cursos de graduação e pós-graduação fomentam a reflexão e expandem as fronteiras das teorias e práticas da tradução literária ou técnica, iniciadas com as contribuições de Paulo Rónai, em meados de 1940. Hoje, a pesquisa em tradução inspira-se no campo fértil da prática tradutória em variadas áreas, incluindo não só o estudo da tradução científica, jornalística, jurídico-comercial, literária, poética e técnica, mas também da tradução audiovisual – legendagem, sobreposição de vozes e dublagem para TV, cinema e DVD; da tradução/adaptação de peças teatrais, letras de música e peças publicitárias; da tradução de sites da internet; e outros. A esses se acrescem os estudos terminológicos e fraseológicos empreendidos pela Linguística de Corpus, a historiografia da tradução e da interpretação e a pesquisa envolvendo o uso de memórias de tradução e tradução automática. Em um cenário em que a pesquisa se diversifica e dialoga com outras áreas do conhecimento, mais do que nunca é visivelmente importante discutir a formação de tradutores, no contexto dos cursos de tradução em nível de graduação e pós-graduação no Brasil. Tal é a meta do Grupo de Trabalho de Tradução, cujo tema é “Formação de Tradutores: abordagens teóricas e práticas”: articular estudos sobre a formação desses profissionais, considerando-se os diversos quadros teórico-metodológicos que os orientam, de maneira a contemplar discussões sobre múltiplas experiências pedagógicas observadas no cenário educacional nacional. Considera-se que a escolha desta linha de trabalho poderá oferecer o espaço necessário para o intercâmbio entre os diferentes posicionamentos teóricos e práticas didáticas que a formação de tradutores exige na atualidade.

Coordenadores: Marileide Esqueda (UFU) e Leila Darin (PUC – SP)

E-mails: marileide_esqueda@hotmail.com, ldarin@uol.com.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, inglês, espanhol

 

FORMAÇÃO DE TRADUTORES E PESQUISADORES EM ESTUDOS DA TRADUÇÃO

Este simpósio visa ao intercâmbio e ao debate de trabalhos sobre formação de tradutores e de pesquisadores em tradução sob a perspectiva dos estudos da tradução com potencial de aplicação (appliable translation studies), que transcende a dicotomia teoria – aplicação e propõe abordagens que respondam às demandas e necessidades do exercício da tradução no escopo mais amplo dos diversos processos de produção textual multilíngue. Coadunam-se dois percursos de formação diferenciados: a formação dos profissionais que exercerão a tradução e a produção textual multilíngue e a dos pesquisadores que buscam investigar o fenômeno tradutório.

São acolhidas contribuições relativas à didática de formação de tradutores e produtores de textos multilíngues (revisores, pós-editores), incluindo desenho curricular;  progressão didática; direcionalidade da tradução; elaboração de materiais didáticos;  enfoque por tarefas de tradução; ensino de tradução especializada e de diferentes tipos textuais; e avaliação; e ao desenvolvimento de um direcionamento sistemático e orgânico do percurso empreendido pelos pesquisadores em tradução, contemplando abordagens pautadas pela retroalimentação entre os dados obtidos da prática tradutória e a reflexão teórica, geradoras de resultados que contribuam para um corpo integrado de constatações sobre o fenômeno tradutório.

Coordenadores: Adriana Pagano (UFMG) e Maria Lúcia Vasconcellos (UFSC)

E-mails: adriana.pagano@gmail.com , marialuciabv@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, inglês, espanhol

GRÉCIA E ROMA ANTIGAS NA TRADUÇÃO DA LITERATURA CLÁSSICA

A tradução de textos antigos da literatura grega e romana no Brasil tem sido ampliada recentemente pelos numerosos trabalhos dos novos mestres e doutores da área de literatura clássica, no entanto a publicação desses textos acontece em escala bem inferior à produção. Além do trabalho de traduzir uma língua estrangeira, o tradutor dos clássicos deve interpretar os elementos culturais distantes da nossa cultura  no espaço e mais ainda no tempo. Tal interpretação se faz, muitas vezes, através de notas ou de inovações linguísticas, que também requerem alguma explicação. As diversas revisões e atualizações, pelas quais passam as traduções, prolongam o ato de acabamento do trabalho do tradutor.  Os textos originais em grego e latim apresentam particularidades tais como a numeração de versos, na poesia, e de linhas, na prosa; a divisão de um mesmo verso entre dois ou três interlocutores nos textos teatrais; variações significativas de acordo com a edição escolhida; a existência de lacunas, entre outras. Este simpósio propõe a discussão dos aspectos relevantes da tradução dos textos literários em grego e latim clássicos para uma língua moderna, especialmente para o português brasileiro.

Coordenadores: Ana Maria César Pompeu (UFC) e Roosevelt Araújo da Rocha Júnior (UFPR)

E-mails: amcpompeu@hotmail.com, rooseveltrocha@yahoo.com.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, espanhol, francês e inglês.

INTERFACES DO LÉXICO E O LÉXICO EM TRADUÇÃO

Como um conjunto aberto, sem fronteiras, que se movimenta dinamicamente no tempo e no espaço, o léxico de cada uma das línguas representa-as culturalmente e, por isso, também as torna particulares e singulares. Em uso, quando enunciado, o léxico organiza-se na lógica dos sujeitos de forma padronizada (colocações, coligações, fraseologias) ou inusitada (quebra de padrões, por exemplo, na literatura). A complexidade da relação lexical entre duas línguas abre um campo bastante amplo de possibilidades de pesquisa, seja no diálogo interdisciplinar que ela propicia, seja na heterogeneidade de pontos de vista que ela cria. Considerando essa complexidade, o presente simpósio abre um espaço de discussão sobre o léxico em tradução, considerando suas interfaces possíveis. São benvindos trabalhos sobre lexicologia e lexicografia bilíngue, lexicografia especializada bilíngue, fraseologia e fraseografia bilíngue e linguística de corpus.

Coordenadoras: Claudia Zavaglia (UNESP, São José do Rio Preto e Adriana Zavaglia (USP)

E-mails: zavaglia@ibilce.unesp.br,  zavaglia@usp.br, adriana.zavaglia@gmail.com

Línguas aceitas para comunicações neste simpósio : português, francês e italiano.

INTERPRETAÇÃO COMUNITÁRIA: CONEXÕES FUNDAMENTAIS ENTRE PESQUISA E PRÁTICA

O objetivo deste simpósio é oferecer espaço para exposições e debates de pesquisas desenvolvidas no campo dos estudos da interpretação na área de interpretação comunitária (jurídica, médica, educacional ou demais contextos sociais). Embora já incluídas nos mais recentes mapas dos Estudos da Tradução e Interpretação e nos debates internacionais sobre interpretação, a interpretação comunitária ainda não ganhou visibilidade merecida nos principais debates na área no Brasil. Uma vez que a demanda por este tipo de interpretação vem aumentando no cenário nacional país, dado especialmente aos movimentos migratórios e leis de acessibilidade à minorias linguística, acreditamos que este evento seja importante para a sensibilização de pesquisadores, alunos e profissionais da área sobre a importância do tema e a urgência de conexões entre pesquisa e prática.

São temas privilegiados, mas não exclusivos, desse simpósio, os seguintes:

  • Interpretação Médica/área da saúde
  • Interpretação Juramentada
  • Interpretação em salas de aula/Interpretação Educacional
  • Interpretação e neutralidade em contextos comunitários
  • Tecnologia e interpretação comunitária (tecnologia para interpretação remota, banco de dados para intérpretes comunitários, etc.)
  • Ética e Conduta em interpretação comunitária
  • Programas de treinamento e formação em interpretação comunitária,

Coordenadores: Mylene Queiroz (Associação Internacional de Intérpretes Médicos – IMIA) e Cristiano Mazzei (Medical and Community Interpreter)

E-mails: myleneq@gmail.com, cris.mazzei@yahoo.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, inglês e libras.

INTERPRETAÇÃO DE CONFERÊNCIAS: HISTÓRIA, FORMAÇÃO E PRÁTICA

No Brasil, a interpretação de conferências (interpretação simultânea, consecutiva, sussurrada etc.) é uma atividade que nem sempre pressupõe uma formação prévia dos profissionais que a exercem. Como não há um reconhecimento da profissão de intérprete de conferências, e não há neste país uma tradição na formação de intérpretes em cursos superiores e/ou técnicos, os intérpretes brasileiros aprendem o ofício, não raro, mediante sua imersão neste campo profissional extremamente necessário. É notável como a relevância da interpretação ganha cada vez mais forma e força num mundo em que as distâncias estão cada vez menores e as relações entre os países, cada vez mais estreitas. Tomando por base conceitos e modelos básicos da formação de intérpretes e da prática da interpretação adotados e disseminados por autores como Danica Seleskovitch e Marianne Lederer(1993), Daniel Gile (1995), Hans J. Vermeer (1990), Mira Kadric (2001), Franz Pöchhacker (2004), Mary Snell-Hornby (2006), dentre outros, este simpósio visa a tratar de temas concernentes à formação do intérprete no Brasil e/ou no exterior, à prática da interpretação em suas diferentes formas, assim como às questões profissionais e legais decorrentes do trabalho do intérprete. Igualmente bem-vindas são reflexões sobre a história da interpretação no Brasil e em outros países, bem como sobre aspectos de pesquisas interdisciplinares que envolvam a interpretação de conferências.

Coordenadores: Patrícia Chittoni Ramos Reuillard (UFRGS) e Tito Lívio Cruz Romão (UFC)

E-mails: patrícia.ramos@ufrgs.br, cruzromão@terra.com.br

Línguas aceitas para comunicações neste simpósio: português, alemão, espanhol, francês e inglês.

INTERTEXTUALIDADE, AUTORIA E O TRADUTOR

`The text is a tissue of quotations drawn from the innumerable centres of culture`

(Barthes, “The death of the author” in Image, music, text 1977)

A expressão `intertextualidade`, que foi empregado inicialmente por Julia Kristeva nos anos 60s, foi usada não apenas para descrever as influências reflexivas entre escritores e suas obras, como também para abordar o papel do aparato literário paratextual sem a necessidade de recorrer ao conceito ideológico de autoria predominante a partir do Romantismo.

A intertextualidade subverte o conceito de um texto sendo uma entidade hermeticamente lacrada e demonstra como as práticas e os textos literários se influenciam, tanto intra quanto interlinguisticamente. Também pode destacar as redes de relacionamentos que questionam as ideias de originalidade, escritura e re-escritura e que, portanto pode iluminar o campo da tradução literária e estudos de tradução como uma disciplina.

A teoria dinâmica e heterogênea do polissistema de Even-Zohar preconiza uma “multiplicity of intersections” (Poetics Today, 1979:291) dentro e entre as culturas, línguas, literaturas e gêneros; e com trabalhos mais recentes tais como o République mondiale des lettres de Casanova (1999), pode defender a simbiose e a reflexão sobre as influências e poderes de algumas culturas, práticas e textos sobre outros. Estas teorias podem igualmente delinear um quadro mais amplo para a investigação de intertextualidade dentro do campo de tradução literária e de como as práticas e os textos literários podem influenciar outras culturas linguísticas.

Este simpósio pretende discutir a intertextualidade  nas obras literárias traduzidas, o papel do tradutor e suas estratégias diante do fenômeno intertextual e a influência intercultural e interliterária que a tradução pode exercer.

Coordenadores: Juliet Attwater (tradutora/Inglaterra) e Luana Ferreira de Freitas (UFC)

Emails: juliet@orbitalingua.com, luanafreitas.luana@gmail.com

Línguas aceitas para comunicações neste simpósio: português, inglês e italiano.

LÍNGUAS DE SINAIS NO EIXO DAS PESQUISAS EM TRADUÇÃO/  INTERPRETAÇÃO.

As pesquisas no campo dos ETILS (Estudos da tradução e interpretação das línguas de sinais) têm crescido vertiginosamente nas últimas décadas. A atividade da tradução e da interpretação no domínio das línguas sinalizadas está concorrendo, em ampla distribuição, com a atividade tradutória relacionada às línguas orais. Na medida em que essas línguas são incorporadas em larga escala às formas de comunicação existentes, às estruturas de interpretação em eventos e à crescente inclusão do sujeito surdo nas esferas sociais de participação. Fica claro, no entanto, que, dentro das pesquisas historicamente relacionadas a esta temática as línguas orais apresentam um esteio teórico muito mais estruturado em relação às línguas de sinais. As pesquisas em TILS no Brasil e no mundo, se tornam gradativamente alvo de pesquisadores da tradução que incorporam em seus textos, além de uma reflexão teórica sobre a tradução em si, também, uma produção que subjaz a prática tradutório-interpretativa, sejam estas relacionadas aos contextos inter ou intraculturais, como são os casos da tradução envolvendo línguas de sinais, somente, ou línguas de sinais e línguas orais num mesmo ambiente. A proposta que lançamos neste simpósio está baseada nas seguintes alíneas: a) Abrir espaço para uma reflexão sobre a atividade do surdo enquanto tradutor e intérprete das línguas de sinais e sua contribuição no desenvolvimento de práticas de resignificação/aproximação das formas nativas das línguas de sinais;  b) Evidenciar as questões teóricas relacionas a prática da tradução e interpretação no que tange às relações de (des)afinidade das línguas orais e sinalizadas; c) Dialogar sobre os mais diferentes contextos no quais se podem instalar uma estrutura de tradução de/para línguas sinalizadas e outras questões relacionadas ao campo dos ETILS no geral. É na atividade da tradução que o profissional tradutor, possuidor do jogo de ferramentas denominado língua, monta-a, desmonta-a e remonta-nos a atividades da própria língua. Para os ETILS, a proposta reside numa perspectiva que vai além das trocas simbólicas e/ou materiais, realizadas substancialmente na tradução. Contudo, para o TILS (tradutor-intérprete de línguas de sinais) está a tarefa de conduzir dois sistemas semióticos de bases isoladas, emitindo ou destinando a informação em formas convergentes. Somente uma reflexão sobre a prática através das pesquisas feitas neste campo fornecerá cada vez mais subsídios por uma estruturação completa da atividade tradutória com/envolvendo línguas sinalizadas.

Coordenadores: Anderson Almeida da Silva (UFPI) e Ângela Russo (IPA – Centro Universitário Metodista)

E-mails: andersonalmeida@ufpi.edu.br, alegnaossur@yahoo.com.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: LIBRAS, Português, Inglês ou Sinais Internacionais.

 

LITERATURA BRASILEIRA TRADUZIDA PARA O ESTRANGEIRO: TEXTO E PARATEXTO

O presente simpósio pretende acolher estudos relativos a distintas fases do percurso tradutório dos textos originais à sua recepção no exterior. Trata-se de comentar uma tradução considerada não apenas em seus aspectos linguísticos, mas inserida em suas condições de produção e de recepção. Ganham relevância a análise de elementos paratextuais, conforme definição de Gérard Genette (Seuils. Paris: Seuil, 1987, pp. 10-11), relacionados à análise de peritexto editorial (espaço físico da obra) ou de seu epitexto (elementos referentes à obra, porém exteriores à mesma), assim como a leitura dos artigos críticos que acolheram o lançamento da versão de uma obra para uma língua estrangeira. Nosso objetivo é propiciar a reflexão sobre a imagem de um autor ou de um país produzida, pelo mercado editorial externo, junto ao leitor estrangeiro.

Coordenadores: Márcia Valéria Martinez de Aguiar – Tradutora, pesquisadora, pós-doutoranda (USP) e. Maria Cláudia Rodrigues Alves ( IBILCE/UNESP)

E-mails: mv.aguiar@uol.com.br, maria.claudiarodrigues@hotmail.com,

mclaudia@ibilce.unesp.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, inglês, francês e espanhol.

LITERATURA NACIONAL, LITERATURA TRADUZIDA E MEMÓRIA: AS TRADUTORAS ATRAVÉS DA HISTÓRIA

Cabe neste simpósio, comunicações que visam à reconstrução do cânone das escritoras invisibilizadas e esquecidas pela história literária de uma determinada cultura (nacional ou estrangeira), ao redimensionamento e às investigações do papel da história literária na constituição do cânone das tradutoras (muitas vezes traduzindo escritoras), à trajetória/perfil de importantes tradutoras, muitas delas escritoras-tradutoras desde a Idade Média até o século 21. Interessamo-nos também por estudos acerca de obras da historiografia literária escritas e traduzidas por mulheres que caíram, por razões a determinar, no esquecimento.

No intuito de redimensionar as histórias literárias, numa perspectiva de estudo de gênero, o simpósio busca mapear questões acerca da literatura de e traduzida por mulheres, tendo em vista a legitimação e visibilidade do trabalho de tradutoras e escritoras em determinadas culturas e sistemas literários. Oscilando entre o feminismo e os estudos da tradução, a tradução no feminino é um campo de pesquisa a explorar. A função do tradutor, e da tradutora, é primordial, pois deixa sua marca idiossincrática nos textos que traduz. Interessar-se pelas tradutoras demostra uma vontade de elucidar o verdadeiro papel que desempenharam na história das culturas. Jean Delisle, em Portraits de traductrices, retrata o perfil de onze tradutoras de renome como Madame Dacier, Jane Wilde ou ainda Albertine Necker de Saussure, provando o impacto intelectual e inovador que tiveram em determinadas culturas.

O presente simpósio pretende ainda debater sobre as tradutoras-escritoras no Brasil e no mundo, as grandes tradutoras do passado e da atualidade, com apresentação de perfis de tradutoras, de aspectos técnicos da escrita e da tradução feministas, como o faz Luise von Flotow e  procura ainda estudar a recepção das tradutoras num sistema literário e cultural, evidenciando aspectos culturais, editoriais, simbólicos, políticos, canônicos, etc. Tradução comentada de textos traduzidos por tradutoras são igualmente bem-vindos.

Coordenadores: Germana de Sousa ((UnB) e  Marie Helene Catherine Torres (UFSC).

E-mails: germanahp@gmail.com,  marie.helene.torres@gmail.com

Línguas utilizadas neste Simpósio: português, francês, espanhol

LITERATURA RE(TRADUZIDA) E PRÁTICAS EDITORIAIS E PRÁTICAS DISCURSIVAS

Este Simpósio trata de literatura (re) traduzida e sua relação com práticas editoriais e práticas discursivas. Algumas editoras adicionam textos extras ao texto traduzido que publicam. Trata-se de textos com conteúdos que podem revelar informações importantes sobre o processo de circulação de uma dada tradução. Esses textos ou paratextos que acompanham obras literárias (re) traduzidas publicadas são objeto de análise deste Simpósio. O debate e a análise crítica das mudanças, manipulações e preferências de tradutores e demais agentes institucionais atrelados a práticas históricas, políticas, sociais e culturais que tomam lugar

no processo de elaboração, apresentação e veiculação de obras (re) traduzidas constituem aspecto central para os estudos da tradução.

Coordenadores: Válmi Hatje-Faggion (UnB) e Sara Viola Rodrigues (UFRGS)

E-mails: hatjefaggion@yahoo.com,sviola2005@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, inglês, espanhol

 

LOCALIZAÇÃO DE GAMES: UM OLHAR INTERDISCIPLINAR

O objetivo deste simpósio é iniciar um diálogo interdisciplinar entre Estudos da Tradução e Estudos de Games. Apesar da longa existência dos games não-digitais e de quase seis décadas de existência dos games digitais, apenas recentemente eles começaram a ganhar notoriedade dentro da academia e emergiram como um campo sério de estudos. E embora tenham se tornado uma mídia de entretenimento bilionária, pouco se tem refletido e questionado sobre o que acontece quando os games cruzam as fronteiras culturais. Esse simpósio pretende reunir pesquisadores, tradutores, localizadores e especialistas da indústria de games para explorar as complexidades do emergente campo de estudos de games enquanto este dialoga com os estudos da tradução. São temas privilegiados, mas não exclusivos, desse simpósio, os seguintes:

01) Games, tradução e narrativa transmidiática

02) Games e tradução intersemiótica

03) Games e acessibilidade

04) Games e traduções feitas pelos fãs

05) Game design e localização

06) Trilha sonora, games e localização

07) Voice-over, games e localização

08) Roteiro, games e localização

09) Games e localização de paratextos

10) Localização de games e análise do discurso

11) Localização de games e terminologia

12) Games e tradução cultural

13) Games e diálogo intercultural

Coordenadores: Cristiane Denise Vidal (UFSC) e Gustavo Rinaldi Althoff (UFSC)

E-mails: crisvidalfloripa@hotmail.com, gualthoff@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: inglês e português.

 

NOVAS PERSPECTIVAS PARA O ENSINO DE TRADUÇÃO

Este simpósio tem por objetivo principal apresentar e discutir novas metodologias adotadas para o Ensino de Tradução. Pretende-se apontar caminhos no sentido da qualificação do profissional tradutor a partir do desenvolvimento da competência tradutória nos cursos de graduação. Tal competência deve levar em conta as competências linguística, tradutória, social, cultural e intercultural (SNELL-HORNBY et al., 2006, p.341), instrumental e estratégica, bem como os componentes psicofisiológicos (HURTADO ALBIR, 2005, p.27-28). As comunicações do Simpósio deverão contemplar diferentes iniciativas didático-metodológicas desenvolvidas em instituições de ensino que busquem sistematizar as diversas categorias de conhecimentos, habilidades e subcompetências relacionadas à competência tradutória, as quais deveriam ser contempladas pelos cursos de formação de tradutores.

Coordenadores: Luciane Leipnitz (UFPB) e Cleci Bevilacqua (UFRGS)

E-mails: luciane.leipnitz@gmail.com, cleci.bevilacqua@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, espanhol, inglês e alemão.

 

O CARÁTER DINÂMICO E TRANSDISCIPLINAR DAS PESQUISAS EM TILS

As pesquisas na área de Tradução e Interpretação de Língua de Sinais (TILS) iniciaram na área da Educação e, atualmente, fazem parte dos Estudos da Tradução, enfatizando principalmente os processos interlinguísticos e intersemióticos nas modalidades visual-espacial e oral-auditiva de linguagem. Ou seja, as pesquisas em TILS estabelecem, por sua origem e natureza, diálogos transdisciplinares, pois acontecem em interface com a Linguística, a Antropologia, a Neurologia, a Sociologia, por exemplo. Assim, a proposta deste GT é a de que diferentes agentes das investigações em TILS tenham um espaço de inserção acadêmica para indagações inovadoras nessa área, de modo a contribuírem com os Estudos da Tradução. Dessa maneira, o simpósio está aberto a propostas que investiguem a atuação de tradutores intérpretes, processos tradutórios, formação de glossários, análises comparativas de aspectos textuais e discursivos entre LF e LM, entre outros.

Coordenadores: Ronice Müller de Quadros (UFSC) e Rossana Finau (Universidade Tecnológica Federal do Paraná)

E-mails: ronice.quadros@ufsc.br,  rafinau@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: Português, Libras.

 

 

O LEITOR/TRADUTOR DIANTE DOS POSSÍVEIS DO TEXTO LITERÁRIO

O simpósio abordará questões pertinentes à tradução literária, partindo da constatação das possibilidades de sentidos, provocadas pela indeterminação do texto literário, e do fato de que, enquanto tradutores, somos, também, leitores. Procuraremos refletir, durante a realização dos debates, sobre a tarefa e as funções do tradutor hoje,  consciente de que as palavras não correspondem ao que se quer retratar, na passagem de um idioma para o outro. Ou, como afirma Umberto Eco, o tradutor procura dizer “quase a mesma coisa” que o texto original. Essas constatações já nos fornecem um vasto material de indagação e discussão teórica,  a serem realizadas com os membros do simpósio.

Coordenadores: Maria Elizabeth Chaves de Mello  (UFF) e Maria Ruth Machado Fellows (UERJ)

E-mails: bethcmello@gmail.com, mariarmf@ig.com.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: Português, inglês, francês e espanhol.

O LUGAR DA TRADUÇÃO NOS IMPRESSOS BRASILEIROS: ESTUDOS SINCRÔNICOS E DIACRÔNICOS

Apesar de a proibição de imprimir no Brasil ter se encerrado em 1808, é apenas a partir do século XIX que passa a haver grande atividade tradutória no país. Após a virada desse século, firma-se a publicação de impressos no Brasil – livros, jornais e revistas – que tiveram importante papel na discussão de problemas nacionais e na difusão de ideias inovadoras. Ainda que os tradutores tenham contribuído para a circulação de conhecimento, pouco sabemos sobre suas concepções de tradução, sobre como eles conduziram sua tarefa e como seu direcionamento tradutório veio a constituir um discurso sobre o traduzir. O objetivo deste simpósio é reunir pesquisadores que examinem essas questões, tanto da perspectiva diacrônica, quanto da sincrônica. Levando-se em conta que os elementos paratextuais em traduções auxiliam na análise acerca do sujeito da tradução, a pesquisa que inclui o exame de tais elementos, como correspondências, prefácios e notas, é também relevante, seja ela relacionada ao passado ou à contemporaneidade. Incluem-se, ainda, na proposta do simpósio, trabalhos voltados para a análise da política tradutória de casas editoriais, do papel que a tradução desempenhou em períodos específicos no Brasil e estudos sobre como o material traduzido é integrado aos impressos, ou seja, se é assinado e apresentado como tradução, ou se é agregado como se fosse texto originalmente escrito em português.

Coordenadoras: Paula Arbex (UFU) e Cristina Carneiro Rodrigues –(UNESP)

E-mails: paula.arbex@gmail.com,  cristina@ibilce.unesp.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: inglês, espanhol e português.

O TRADUTOR COMO ESCRITOR

A tradução e revisão de manuscritos biomédicos frequentemente requer que o texto seja reorganizado e reescrito para produzir um artigo aceitável. Para serem capazes de fazer isso, os tradutores precisam aprender sobre os aspectos específicos do gênero científico e das várias diretrizes e princípios que regulam as publicações biomédicas. Este simpósio terá como foco: 1) principais diretrizes da área biomédica; 2) aspectos específicos do gênero que impactam a tradução; 3) a relação entre tradutores e autores; 4) questões de reconhecimento e autoria. Sugerimos a submissão de estudos de caso, ou seja, de descrições de experiências bem ou mal-sucedidas de tradutores, analises de instruções para autores abordando aspectos da escrita, ou relatórios e análises de melhores práticas regulando a tradução biomédica em todo o mundo.

Coordenadores: Me. Claudia Buchweitz (tradutora) e William F. Hanes (tradutor e doutorando PGET – UFSC)

E-mails: http://www.scientific.com.br, claudia@scientific.com.brhttp://www.translingual.com.br,  contato@tranlsingual.com

Línguas aceitas para comunicações neste simpósio: inglês ou português

 

ONDE NÃO HÁ PALAVRAS: ICONOGRAFIAS TRADUTÓRIAS

A ausência das palavras não impede o espectador que se vê diante de uma imagem, de construir uma gama de leituras a partir das cores, formas e movimentos que se apresentam aos seus olhos.  Pinturas, desenhos, filmes, fotografias se oferecem como textos de chegada a serem usufruídos como traduções de escritas biográficas ou de ficção, lugares, eventos, momentos. Na sua condição de signo, cada imagem nasce e permanece em relação a outras imagens e signos, construindo uma cadeia infindável de suplementos criados pelo artista para representar seu universo. No silêncio da fruição de uma imagem, seja ela estática ou em movimento, constroem-se presenças de ausências ao contrário de vazios advindos da inexistência das palavras. Assim a imagem, na condição de tradução, se abre e se oferece ao deleite e à tradução do espectador, num incessante movimento de traduções de traduções, de passados que se tornam presentes por meio das ressignificações.

A partir dessas reflexões o simpósio congregará trabalhos que abordem formas de expressão da linguagem visual que utilizam imagens (pintura, escultura, fotografia, ilustrações e capas de livros, desenhos, fotografia cinematográfica) como tradução de diferentes textos de partida (eventos históricos, biografias, lugares, momentos, textos literários ou não), revelando as singularidades do olhar de seus artistas-tradutores.

Coordenadoras: Elizabeth Ramos (UFBA) e Maria Auxiliadora J. Ferreira (UNEB).

E-mails: beth_ramos49@hotmail.com, auxidora@hotmail.com

Línguas aceitas para comunicações neste simpósio: português, espanhol, francês e inglês.

OS ESTUDOS DA INTERPRETAÇÃO E SUAS MULTIPLAS INTERFACES

Os Estudos da Interpretação (no sentido de “tradução oral”) sempre tiveram como foco a interpretação de conferências, por ser essa a modalidade mais antiga e mais organizada em questões profissionais. Contudo, nos últimos anos, vêm surgindo estudos sobre outras modalidades de interpretação, notadamente a comunitária, a jurídica e a médica, essas duas últimas já bastante profissionalizadas nos Estados Unidos. No Brasil, os poucos estudos publicados e cursos existentes focam a interpretação de conferências. A proposta do Simpósio é acolher todas as vertentes de estudos que tenham como objeto a interpretação (oral): a interpretação de conferências, a comunitária, a jurídica e a médica, em estudos e/ou relatos de experiências voltados a questões teóricas, à formação de intérpretes, à história da profissão, entre outras possibilidades. Em resumo, pretende-se acolher todas as interfaces dos Estudos da Interpretação.

Coordenadores: Branca Vianna Moreira Salles (PUC-Rio) e Reynaldo José Pagura (PUC-SP)

E-mails: brancavianna@gmail.com e pagurarj@pucsp.br

Línguas aceitas para comunicações neste simpósio: Português, Espanhol, Francês e Inglês

OS ESTUDOS DA TRADUÇÃO APLICADOS A LINGUA ESPANHOLA: UN JARDIN DE SENDEROS QUE SE BIFURCAN

O presente simpósio tem por objetivo estabelecer um diálogo interdisciplinar focado nas interfaces dos Estudos da Tradução e dos Estudos Hispânicos. Para esse fim, serão apresentadas pelos participantes do simpósio várias linhas de pesquisa oriundas da Linguística, das Literaturas Hispânicas, do Discurso Crítico Latino-americano e, de maneira mais geral, dos Estudos Culturais pertencentes ao âmbito Hispanista. Nesta encruzilhada entre campos do saber tão próximos, porém com suas marcantes especificidades, levanta-se uma série de questões: quais são as contribuições dos Estudos da Tradução para os Estudos Hispânicos? Qual é a produção acadêmica e científica feita desde o Hispanismo dentro dos referenciais teóricos dos Estudos da Tradução? Quais os discursos paralelos, convergentes ou divergentes entre um e outro campo do saber? Quais as trilhas que podem ser percorridas conjuntamente? Consideramos que estas questões dão mostra da diversidade de olhares e abordagens que serão desenvolvidas no simpósio, que ficará aberto às contribuições de todos aqueles que queiram apresentar comunicações condizentes com alguma das linhas de pesquisa anteriormente descritas.

Coordenadores:  Nylcéa Siqueira Pedra (DELEM-UFPR) e  Leitor Francisco Javier Calvo del Olmo (DELEM- UFPR e Doutorando PGET-UFSC)

E-mails: npedra@hotmail.com, franciscoctl.ctl@gmail.com

Línguas aceitas para comunicações neste simpósio: português e espanhol

PANORAMA DA TRADUÇÃO DE TEXTOS EM RUSSO NO BRASIL

Nos últimos anos, tem sido cada vez maior o interesse do público brasileiro por obras literárias russas em traduções diretas dos originais. As recentes traduções de F. M. Dostoiévski, L. Tostói e outros escritores têm dado prova de que esta demanda tornou-se um fenômeno especial. Além disso, o desenvolvimento crescente das relações culturais e comerciais entre Brasil e Rússia abre novas e profícuas perspectivas para os profissionais interessados em atuar na área da tradução entre as duas línguas. Este simpósio propõe a discussão sobre os aspectos de tradução do russo no Brasil, a partir da abordagem dos seguintes temas: a) a tradução literária no Brasil: passado, presente e perspectivas; b) traduções de obras russas em diferentes gêneros: prosa, teatro, poesia, cinema etc; c) traduções técnicas do par linguístico russo-português: livros técnicos, documentos, interpretação, tradução simultânea etc.; d) traduções para meios de comunicação.

Coordenadores: Denise Regina de Sales (UFRGS), Mário Ramos Francisco Júnior (USP) e

Graziela Schneider Urso  (USP)

Emails: denise.sales@uol.com.br, graziela_schneider@yahoo.com.br, mariofrancisco@usp.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português

PARATEXTOS: VISIBILIDADE, MEDIAÇÃO E DISCURSO

Este simpósio aceita comunicações referentes a paratextos de textos literários traduzidos, desde os ligados ao tradutor, como as N. do T., até os relativos à edição: textos críticos, orelha, quarta-capa, aspectos gráficos…, sem excluir textos subsidiários, como cartas entre tradutores e autores, resenhas, polêmicas, entrevistas, e os paratextos relativos à tradução, mas veiculados a parte, os chamados epitextos (G. Genette).

Paratextos envolvem discursos em torno da tradução: não apenas na voz do tradutor, como do editor, críticos, patrocinadores, censores, revisores… O lugar e o momento em que aparecem, seu teor ou mesmo sua presença podem conduzir à visibilização dessas vozes, como ocorre com as N. do T. ou N. do E. Os paratextos são também uma instância de mediação comunicativa, por ser, no caso dos peritextos, o invólucro que leva o texto ao leitor. Mas nas traduções, particularmente, os paratextos do tradutor também representam uma instância mediadora no sentido tradutório. A importância destas pesquisas aumenta na atual fase de transição na forma como nos relacionamos com textos, devido aos novos meios de comunicação, difusão e produção editorial que afetam o livro física e conceitualmente.

Organizadores: Francisco Manhães (Tradutor) e Pablo Cardellino Soto (UFSC)

E-mails: pacodoc@gmail.com, pablocardellino@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, espanhol e inglês

POÉTICA DA TRADUÇÃO

Ao retomar o título do livro de Mario Laranjeira, além da homenagem ao professor e tradutor, visamos indicar a perspectiva deste simpósio: de uma prática da tradução do texto literário que diz de seus princípios eficientes, e de uma teoria que mostra suas consequências no ato de traduzir. Nem sempre a explicitação teórica se torna tratado – pode ser mais fácil encontrá-la nas correspondências, nos prefácios das obras – mas sempre ela será perpassada pelo esforço de articulá-la à pratica.  Da mesma forma, toda prática implica uma visão de como a linguagem poética pode agir: uma teoria a ser formulada. Trata-se de, a partir das práticas de tradução,   apontar  os princípios teóricos que sustentam esse ato, e explicitar a via do poder da palavra poética. Assim acolhemos: Os estudos da teoria da tradução poética nos seus desdobramentos na tradução de textos. Os comentários de práticas de tradução visando à construção de uma poética.

Coordenadores: Raquel Botelho (Universidade Mackenzie) e Alain Mouzat –  Universidade de São Paulo

E-mails: raquelbotelho@mackenzie.brraquelbotelho@usp.br, alain.mouzat@terra.com.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português. francês, inglês, espanhol

 

 

POÉTICAS AMERÍNDIAS E TRADUÇÃO

Parte relevante das produções criativas existentes no Brasil, as poéticas ameríndias ainda não têm recebido a devida atenção, apesar de um conjunto de trabalhos recentes ter começado a lhes dar certa visibilidade (tais como os de Betty Mindlin, Josely Vianna Baptista, Douglas Diegues, Sérgio Medeiros, Rosângela de Tugny, Bruna Franchetto e Pedro Cesarino). Trata-se de trabalhos realizados na interface entre a linguística, a etnologia e os estudos literários que têm produzido uma articulação da tradução com a investigação de suas originalidades conceituais. Diante da multiplicidade de povos e línguas existentes no Brasil, podemos constatar que, malgrado tais esforços, ainda faltam estudos para uma compreensão atualizada dessas poéticas. O intuito do simpósio é refletir sobre os modos de traduzi-las e os seus desafios teóricos, seja por meio de produções dedicadas a tradições orais específicas, seja pela transformação de referenciais indígenas pela literatura brasileira e das Américas.

Coordenadores: Álvaro Faleiros (USP) e Pedro de Niemeyer Cesarino (UNIFESP)

E-mails:  alvarofaleiros@gmail.com, pedroncesarino@uol.com.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, espanhol, francês, inglês

POÉTICAS DA TRADUÇÃO

Especialmente a partir do romantismo alemão, a tradução se torna um lugar privilegiado de reflexão, crítica e produção literária, aproximando-se de uma poética. O simpósio pretende explorar essas afinidades, reunindo trabalhos teóricos e críticos que privilegiem os seguintes aspectos: a tradução como crítica; a tradução como procedimento de apropriação e criação poética; a fidelidade e o apagamento do tradutor; a tradução etnocêntrica e a tradução literal; a tradução como forma de mutação e renovação do original; a questão da oralidade (teatro, performance); a questão da diferença e do hibridismo entre línguas.

Coordenadores: Izabela Leal (UFPA), Marcelo Jacques de Moraes (UFRJ)e Paula Glenadel (UFF)

E-mails: izabelaleal@gmail.com, mjdemoraes@gmail.com, paulaglenadel@uol.com.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio : português,espanhol, inglês

POESIA, PROSA, TEATRO: SINGULARIDADES DAS TRADUÇÕES LITERÁRIAS

Em que medida alguns dos desafios que o tradutor de literatura enfrenta ligam-se especificamente ao gênero do texto traduzido? Este simpósio propõe um debate sobre experiências com traduções de poesia, prosa ou textos dramáticos, de modo a tentar mapear as singularidades da tradução de cada gênero. Procuramos, assim, compreender se há uma maneira específica de aproximar-se do texto-fonte, definida pelo próprio gênero literário ao qual ele se vincula, ou se as estratégias de tradução variam de tradutor para tradutor, texto para texto, aleatoriamente. É necessário acrescentar que, além das estratégias de tradução individuais, deve-se levar em conta a veiculação e recepção dessas traduções, no sentido de discutir as influências que as editoras e seus processos de edição, bem como o público leitor, exercem sobre os tradutores.

Coordenadores: Ana Helena Barbosa Bezerra de Souza (PGET-UFSC) e Fábio Rigatto de Souza Andrade (USP)

E-mails: ahelenasouza@uol.com.br, fsouza@usp.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, inglês, francês, espanhol.

PROBLEMAS ESPECÍFICOS DA TRADUÇÃO ESPANHOL-PORTUGUÉS-ESPANHOL

Este simpósio aceitará trabalhos que discutam problemas específicos da tradução entre o português e o espanhol, entre os quais existe um fator relacionado ao desenvolvimento das variedades continentais (peninsulares e latino-americanas), as quais têm diferenças gramaticais, léxicas e discursivas. O fato de as variedades americanas contarem com um número maior de falantes que as peninsulares torna a questão das variedades ainda mais complexa, de modo que existe uma ampla diversidade regional (no caso da variante brasileira do português) e supranacional (no caso do espanhol) entre elas. Este último aspecto tem claras repercussões no âmbito da tradução, cabendo a possibilidade de discussão sobre se uma aposta pelo uso de modalidades mais neutras dessas línguas pode redundar na minimização de problemas na tradução de e para essas línguas.

Coordenadoras: Adja Balbino de Amorim Barbieri Durão (UFSC) e María Ángeles Sastre Ruano (Universidad de Valladolid)

E-mails: adjabalbino@gmail.com, sastre@fyl.uva.es

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português e espanhol

 

QUADRINHOS EM TRADUÇÃO

O objetivo deste simpósio é explorar a variedade de fenômenos associados à prática e à teoria da tradução das narrativas gráficas, popularmente conhecidas por histórias em quadrinhos. Evento cultural de inegável impacto no mercado editorial e nas práticas de letramento contemporâneas, os quadrinhos ocupam lugar peculiar na investigação dos fenômenos envolvidos e nas práticas de tradução (Zanettin 2008). Isto se deve à característica multimodal do texto que compõe os quadrinhos, ao combinar recursos gráficos e recursos linguísticos na sua construção narrativa. Dada esta sua natureza e por se constituir como um gênero reconhecidamente pervasivo culturalmente, os quadrinhos propõem problemas únicos à teoria e à prática da tradução pelo fato de conjugarem dois registros semióticos em sua constituição. Este simpósio está aberto para receber propostas de comunicação tanto de tradutores quanto de pesquisadores que se ocupam das questões teóricas e práticas envolvidas na tradução de quadrinhos.

Coordenadores: Rodrigo Borges de Faveri (Unipampa/Bagé) e Paulo Ramos (Unifesp/Guarulhos).

E-mails: rodrigofaveri@unipampa.edu.br, contatopauloramos@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, espanhol e em inglês

 

ROMANTISMO: CÓDIGOS, TRADUÇÕES, MIGRAÇÕES

Este simpósio é um convite a todos os pesquisadores em tradução que trabalham também com autores do período romântico, para apresentarem comunicações sobre traduções e tradutores do Romantismo que enfoquem as escolhas tradutórias (autores, obras, poéticas, códigos culturais) dessa época em base aos ideais que permeiam esse amplo movimento de migração cultural, identificado ao mesmo tempo como o período fundador da modernidade.

Coordenadores: Anna Palma (UFMG) e Silvia La Regina (UFBA)

E-mails: floripalma@gmail.com , silvialaregina@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, espanhol, inglês e italiano.

TRADUÇÃO AUDIOVISUAL E ACESSIBILIDADE

A partir do ano 2000, a Tradução Audiovisual ganhou ainda maior projeção através das novas normas de acessibilidade nos meios de comunicação que passaram a ser discutidas em nível global. Este simpósio tem como objetivo atrair pesquisadores e profissionais interessados pela discussão sobre as modalidades de tradução audiovisual voltadas para a acessibilidade de pessoas com deficiência sensorial (cegas e surdas) e intelectual (ex. Síndrome de Down) aos meios audiovisuais, tais como: a legendagem para surdos e ensurdecidos (LSE), a dublagem, o voice-over e a audiodescrição (AD). Nesse sentido, o simpósio proposto pretende constituir-se em um fórum de apresentação/discussão para profissionais da área (legendistas, audiodescritores, tradutores, diretores de dublagem, distribuidores, etc), bem como para pesquisadores de outras áreas que possuam interface com este objeto de análise, tais como Estudos Fílmicos, Linguística de Corpus,  Multimodalidade, Estudos Processuais da Tradução, Interpretação de Sinais e  Tecnologias Assistivas.

Coordenadores: Eliana Paes Cardoso Franco (UFBA) e Vera Lúcia Santiago Araújo (UECE)

E-mails:  elianapcfranco@gmail.com, verainnerlight@uol.com.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: Português, inglês, libras.

TRADUÇÃO COMO ENCENAÇÃO: LITERATURA TRADUZIDA POR POETAS E FICCIONISTAS

Desde o século XIV, a prática de tradução envolve também o gesto de reflexão sobre esse processo. A proposta deste Simpósio é seguir tal exercício e discutir a prática de tradução literária partindo da metáfora do tradutor como ator, onde a escrita do outro espelha a escrita do próprio, já que aquilo que o autor escreve nunca lhe pertence por inteiro e nem lhe é completamente alheio. Exemplo disso é a prática tradutória realizada por Clarice Lispector, que interfere na criação literária da autora no que diz respeito ao apagamento entre as fronteiras autor-narrador-personagem e à mescla de diferentes registros de linguagem. O ato de traduzir, nesse caso, se aproxima muito de uma dinâmica própria daquela encontrada no drama cênico. Busca-se, com isso, refletir sobre o gesto tradutório como exercício de reencenação da linguagem.

Coordenadores: Mayara R. Guimarães e Julio Cesar Monteiro

E-mails: mayribeiro@uol.com.br, cesarj1@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, inglês e espanhol

TRADUÇÃO, CONTEMPORANEIDADE E REPRESENTAÇÕES TRANSCULTURAIS

Pesquisas das últimas décadas mostram que a tradução não é apenas processo interlingual, mas fundamentalmente, atividade intercultural. No mundo contemporâneo, é recorrente a representação transcultural de diferentes ordens. O enfoque da transferência cultural na tradução, detalhando a habilidade do tradutor em “negociar” a compreensão da especificidade das culturas e suas diferenças, é destaque entre os objetos de pesquisa. A globalização da comunicação, o multiculturalismo, a tradição e a transmissão cultural geram constantes debates ideológicos, emprenhados pela política. Nesse quadro, segue fundamental o papel da Tradução na difusão da diversidade cultural. Nas representações transculturais, a mediação é executada por tradutores e intérpretes. A pesquisa contemporânea em Literatura, aí incluída a grande produção após os atentados de 11/09/2001, tem ocasionado o repensar dos limites de disciplinas e de antigos conceitos.

Coordenadores: Maria Aparecida Ferreira de Andrade Salgueiro (UERJ), Luiz Barros Montez (UFRJ)

E-mail: cidasal3@gmail.comluiz.montez@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, inglês e alemão.

 

TRADUÇÃO DE-COLONIAL

O conceito de de-colonialidad, elaborado a partir da crítica da colonialidad del poder iniciada por Aníbal Quijano em 1992, permitiu formular uma resposta latino-americana às teorias geralmente anglófonas e até anglocentricas do pós-colonialismo. Embora o projeto decolonizador tenha se desdobrado em vertentes variadas, há nos textos de Quijano uma ênfase ineludível na construção da raça como fator do colonialismo e dispositivo crucial da modernidade capitalista. Em função dela se definem, segundo sua análise, tanto a classificação de grupos sociais quanto o modo hierarquizado de sua interação. Nos pressupostos, vigência e efeitos destas divisórias raciais, a antropologia e a tradução encontram motivos de afinidade e reflexão crítica. No simpósio pretendemos examinar os alcances do enfoque de-colonial e sua relevância para modos de tratar a alteridade no espaço trans- e interdisciplinar da antropologia e da tradução; não limitamos esta proposta ao âmbito da América Latina, onde foi concebida referida alternativa da de-colonialidad, mas também nos interessa como estas concepções estão fertilizando, a partir da América Latina, as tarefas da tradução cultural em diversas outras partes.

Coordenadores: Christiane Stallaert (Universidades de Antuérpia e Leuven, Bélgica) e

Evelyn Schuler Zea (UFSC)

E-mails: christiane.stallaert@soc.kuleuven.be, christiane.stallaert@artesis.be

e   evelynsz@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, espanhol, inglês, francês, e alemão.

TRADUÇÃO E ANÁLISE TEXTUAL

O Simpósio de Tradução e Análise Textual se propõe a acolher pesquisas que discutem a tradução a partir de abordagens que comparam textos em relação tradutória. Para este simpósio, entendem-se as traduções como realizações textuais distintas e possíveis e não são estimulados julgamentos de valor no que diz respeito à qualidade da tradução. Mais do que apontar diferenças, pretende-se aqui discutir a linguagem como comunicação dentro de uma prática social. A partir da totalidade de recursos que a língua oferece para produção de significados, busca-se, nas escolhas linguísticas do autor e do tradutor, fomento para o debate sobre as relações de organização textual, de representação e de avaliatividade em quaisquer pares linguísticos. Embora não haja limitações em relação aos pares linguísticos trabalhados.

Coordenadores: Daniel Alves (UFSC) e Roberto Carlos de Assis (UFPB)

E-mails: daniel-alves@outlook.com, assisrobertoc@yahoo.com.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português

TRADUÇÃO E CORPORA

A Linguística de Corpus tem por objetivo o estudo de linguagem autêntica. Para tanto, baseia-se em corpora, coleções de textos selecionados e agrupados de acordo com critérios específicos, geralmente em formato eletrônico para que sejam investigados por meio de ferramentas computacionais. Nos Estudos da Tradução, a Linguística de Corpus abriu a possibilidade de se explorar e investigar, em grande escala, características específicas dos textos traduzidos. Corpora eletrônicos  também encontraram terreno fértil na pesquisa, no treinamento de tradutores e na prática tradutória, como um recurso poderoso para a identificação de estratégias e soluções adotadas por tradutores profissionais. Mostram-se também valiosos em estudos literários para a investigação de artifícios e características estilísticas de autores e tradutores.  Este simpósio pretende reunir trabalhos que abordem o uso de corpora em qualquer aspecto da tradução, seja do ensino, do processo tradutório ou da análise do produto final.

Coordenadores: Carmen Dayrell (UNINOVE) e Lincoln P. Fernandes (UFSC)

E-mails: lico.fernandes@gmail.com, c_dayrell@yahoo.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português e inglês.

TRADUÇÃO E CRÍTICA GENÉTICA

Nesse simpósio a proposta é refletir acerca da tradução como processo. Portanto, trata-se de se debruçar sobre o fazer, o como de um processo tradutório. Nesse caso, o objeto de estudo não é apenas o produto, o feito, isto é, o texto traduzido. O objeto de estudo engloba a parte processual do trabalho tradutório que se dá quando o tradutor está na sua oficina, no seu laboratório. Esse processo deixa rastros, atestados em notas de leitura, anotações, rascunhos, versões,  balizando as etapas necessárias à textualização do discurso novo que está sendo produzido, recriado, transcriado. Pela análise desses rastros processuais, com a abordagem da crítica genética, torna-se possível mostrar que houve processo criativo e escritural, que houve textualização, leituras e releituras do já escrito.  Cabe ainda acrescentar que esse simpósio adota uma concepção de tradução bem ampliada, já que o intento é acolher trabalhos que se dediquem a analisar o processo de tradução tanto linguística quanto intersemiótica.

Coordenadoras: Noêmia Guimarães Soares (UFSC) e  Marie-Hélène Paret Passos (PUC-RS).

E-mails: noemiasoares8@gmail.com, mariehpp@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: Português, Francês, Espanhol, Italiano e Inglês.

 

TRADUÇÃO E MIGRAÇÃO

Num mundo onde as fronteiras se mostram cada vez mais permeáveis e onde as pressões migratórias, por razões econômicas ou politicas, se revelam irresistíveis, a literatura viaja junto com os migrantes. A literatura hoje também é feita por quem não domina, ou domina mal, a língua do país onde vive. Há marroquinos escrevendo em francês e em holandês, turcos escrevendo em alemão, indianos e paquistaneses escrevendo em inglês, etc. A língua deixou de ser a propriedade de uma cultura e as culturas já não se expressam através de uma língua em particular.

A situação na Europa hoje é bastante parecida com a situação que o Brasil viveu há mais de cem anos atrás. Como país de imigração o Brasil produziu, no século XX, autores que escreveram literatura numa língua que não era a materna, ou a partir de uma cultura que não era a brasileira. Nesse sentido, esses autores se autotraduziram e algumas obras ficaram marcadas pela outra língua e pela cultura estrangeira.

Por outro lado, há também diferenças significativas entre os escritos de autores migrantes do Brasil e da Europa. A linguagem dos autores imigrantes europeus não é sempre gramatical e acaba sendo uma mistura poética de ‘linguagem turca’, por exemplo, com diferentes tipos de alemão, inglês, francês. O alemão turco Şenocak Zafer chama isso da “dritte Sprache” (terceira linguagem) da literatura da imigração. Ao ‘literarizar’ essa terceira linguagem, surge um novo mundo de associações que é simultaneamente alienante e preocupante.

Susan Bassnett e Trivedi Harish, por sua vez, usam o conceito de ‘tradução’ no sentido metafórico: em primeiro lugar, como um tipo de transação intralinguística (a tradução cultural) que traduz as especificidades culturais de uma forma nova, de maneira que a supremacia cultural, o essencialismo da cultura ocidental, ficam dessacralisados. Em segundo lugar, esses autores usam o conceito de tradução de uma maneira mais metafórica ainda, como a imagem de um deslocamento espacial.

Essas práticas sempre levam a uma simetria de poder que os estudos de tradução devem analisar e que têm tudo a ver com o ‘canibalismo’ brasileiro. Será que a ‘antropofagia’ brasileira fez com que a resposta a uma situação similar fosse diferente?

Coordenadores: Philippe Humblé (Vrije Universiteit Brussel) e Werner Heidermann (UFSC)

E-mails: philippe.humble@vub.ac.be, heidermann@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, espanhol, inglês, francês.

 

TRADUÇÃO, ESTUDOS INTERCULTURAIS E ENSINO DE LÍNGUAS MINORITÁRIAS

O presente simpósio Tradução, Estudos Interculturais e Ensino de Línguas Minoritárias busca agregar pesquisas e trabalhos que enfoquem o papel da tradução nas práticas e no processo de ensino-aprendizagem de primeira língua e de segunda língua, no caso de algumas línguas minoritárias. Para este simpósio são contempladas as Línguas Indígenas (Guarani e Tupi), a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), o Pomerano e a Língua Portuguesa no universo dessas comunidades bilíngues usuárias de ambas as línguas. Os eixos que norteiam as análises devem enfatizar as diferentes modalidades de escolas bilíngues no Brasil, a formação dos professores e dos tradutores/intérpretes para essas comunidades minoritárias e o uso da tradução em uma perspectiva intercultural como processo permanente de intercâmbio entre especificidades linguísticas e culturais distintas, historicamente constituídos e confrontados. As quais promovem relações democráticas centradas no diálogo, por conseguinte, na simetria e na compreensão da alteridade, isto é, no entendimento das possibilidades e limites de diversificadas identidades socioculturais e linguísticas, estabelecem-se as bases para uma comunicação e problematização que estimulam a produção de conhecimentos e a transformação do modo de pensar a diversidade no âmbito da educação e da tradução. Além disso, a reflexão e a teorização sobre o uso da tradução como procedimento que necessariamente conduz a percepção interdisciplinar e as análises de tradução de textos acadêmicos e literários: ações didáticas, as quais recorrem à tradução.

Coordenadores: Lillian DePaula Virgínia Franklin de Paula (UFES) e Jefferson Bruno Moreira Santana (UFSC)

E-mails: ldepaula_77@yahoo.com, jefferson_lsb@yahoo.com.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: Português, LIBRAS, Guarani, Tupi e Pomerano

 

TRADUÇÃO E TECNOLOGIA

Já há muito tempo, o tradutor não pode prescindir dos avanços tecnológicos, sendo quase impossível imaginar um tradutor que trabalhe apenas com dicionários impressos e máquina de escrever. O uso de novas tecnologias proporcionou um redimensionamento do ofício, ou seja, uma nova maneira de “fazer” tradução, influenciando o processo tradutório. O objetivo desse simpósio é discutir trabalhos que tratem das várias tecnologias e suas contribuições para o trabalho do tradutor, especificamente recursos online, bem como ferramentas de memórias de tradução, de gerenciamento de projetos, de gerenciamento de terminologias, de criação de glossários, de tradução automática e de localização.

Coordenadoras: Ana Eliza Pereira Bocorny (PUCRS) e Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e Cristiane Krause Kilian  (UFRGS)

E-mails: ana.bocorny@pucrs.br, ckkilian@cpovo.net

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, inglês e alemão.

TRADUÇÃO, INTERPRETAÇÃO E DISCURSOS: CONTRASTES E  CONFRONTOS DISCURSIVOS

Numa época em que o sucesso das negociações político-econômicas, bem como da integração cultural entre os países, dependem primordialmente da rapidez e da eficácia com que as informações são transmitidas e corretamente compreendidas, tanto o tradutor quanto o intérprete despontam, no cenário mundial, como detentores de uma função decisiva no processo atual de interação entre diversos povos na realização de diferentes discursos.

Nesse sentido, este simpósio propõe que se discutam possíveis especificidades da tradução, assim como da interpretação, sem excluir os entrecruzamentos, entre o traduzir e o interpretar, muitas vezes necessários. Como refletir sobre diferenças entre essas duas práticas sem que se recorra à tradicional oposição entre “literalidade ou fidelidade” e “liberdade ou criatividade”, tão problematizada pelos estudos da tradução na contemporaneidade? Qual a relação entre tradução, interpretação e discurso, num momento em que as questões discursivas se fazem presentes na sociedade contemporânea? Tendo em vista esse cenário, este simpósio procura socializar pesquisas voltadas para os estudos da tradução e da interpretação, levando-se em consideração, sobretudo, as seguintes linhas de pesquisa: Estudos de Corpora, Terminologia, Tradução Literária, Estudos Comparados/Contrastivos de Tradução, Estudos sobre Interpretação, Tradução e Discurso.

Evidentemente que outros temas que busquem o enriquecimento e a valorização dos estudos da Tradução e da Interpretação também serão bem-vindos. O objetivo deste simpósio é salientar a participação fundamental dos estudos da tradução e da interpretação na construção de um mundo diversificado em que cada indivíduo possa expressar-se livremente em sua língua para se comunicar e se informar; contribuir para um trabalho de tradução mais eficiente.

Coordenadores: Sandro Luis da Silva (Universidade Federal de São Paulo) e Patrícia Gimenez Camargo (Universidade Nove de Julho)

E-mails:  <vitha75@gmail.com>, sandro@unifesp.br, patriciatradinterprete@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, inglês e espanhol

TRADUÇÃO LITERÁRIA

Em vista do enorme volume de material traduzido hoje em dia, é natural que os estudos da tradução vivam um período de franca expansão como campo de estudos independente. Dilemas tradutórios perenes, como o problema da estrangeirização vs. domesticação, os problemas suscitados pelas variações entre os lastros culturais associados a diferentes idiomas e a melhor forma de se reproduzir o efeito de um texto em outra língua e em outra cultura, presentes em especial durante a tradução de obras literárias, vêm sendo reavaliados e abordados a partir de perspectivas diferentes e por vezes inusitadas, o que não raro gera debates férteis e provocadores para os estudiosos do tema.

Neste simpósio serão apresentados trabalhos que versem sobre a teoria e a prática da tradução literária, a interface entre a tradução literária e outras disciplinas relacionadas, as relações entre a tradução literária e a cadeia de produção do livro, a recepção de obras literárias traduzidas, a tradução literária e questões de autoria, os limites entre tradução literária e adaptação e quaisquer modalidades de tradução intersemiótica que envolvam a literatura.

Coordenadores: Rosalia Neumann Garcia (UFRGS) e Guilherme da Silva Braga (PUC-RS).

Emails: rosalia0806@gmail.com e guizomail@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português e inglês

 

 

TRADUÇÃO, MULTIMODALIDADE E CINEMA

A proposta sugere a investigação de questões linguístico-culturais envolvendo a tradução, em contexto verbal e não verbal, no par linguístico inglês e português. Propõe-se a investigação de traduções de textos literários e cinema, além da construção de corpora multimodais utilizando imagens fílmicas. A proposta busca envolver pesquisas que investiguem aspectos relacionados à representação sócio-cultural em contexto tradutório através da análise de obras literárias traduzidas ou adaptadas e de filmes. A representação sócio-cultural faz referência à mediação da cultura através da transcrição de signos pela sociedade, que os adapta e os reconstrói, criando novas interpretações e significados, ‘reterritorializando’ a cultura (MATTELART, 2005). Em contexto fílmico, propõe-se observar os momentos em que há omissão de legendas, favorecendo a imagem, e considerar as implicações de tais omissões e sua funcionalidade.

Coordenadores: Décio Torres Cruz (UFBA/UNEB) e Sinara de Oliveira Branco (UFCG) – E-mails: deciotc@ufba.br, sinarabranco@gmail.com

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, inglês.

 

TRADUÇÃO SELVAGEM: DA TRADUÇÃO DE LÍNGUAS INVENTADAS À RETEXTUALIZAÇÃO            INTERCULTURAL

O simpósio pretende trazer à discussão as possibilidades da tradução cultural, considerando as versões para línguas inventadas elínguas de fronteiras. Também pretende discutir o conceito de adaptação multicultural, além da interculturalidade e sua possível conexão com o conceito abrangente de tradução.A estudiosa canadense Linda Hutcheon, em seu livro Uma teoria daadaptação, afirma que as adaptações são frequentemente comparadas às traduções: “assim como não há uma traduçãoliteral, não pode haver uma adaptação literal.”

Na adaptação, a transposição, inclusive dentro de uma mesma mídia, sempre significa mudança ou “reformatação”. Portanto, assim como sucede em geral na tradução, também na adaptação trabalha-se com “perdas”e “ganhos”. Hutcheon lembra, ainda, que, segundo o senso comum, na tradução, “o texto original possui autoridade e primazia axiomática, e a retórica da comparação tem sido com frequência a fidelidade e a equivalência.” No entanto, Walter Benjamin já havia matizado esse quadro de referência quando, no seu ensaio “A tarefa do tradutor”, argumentou que a tradução não é uma versão de algum significado não textual fixo que deva ser copiado ou reproduzido; na realidade, “é um engajamento com o texto original que nos permite vê-lo de diferentes formas.” Na opinião de John Dryden, a tradução se “aproximaria” também da ideia de paráfrase, já que a paráfrase seria uma “tradução com latitude, onde não se perde de vista o autor (…), mas suas palavras já não são tão fielmente seguidas quanto seu sentido, ainda que este também possa ser ampliado.”

Assim como os tradutores, os adaptadores seriam, primeiro, intérpretes, depois, criadores: “a adaptação, do ponto de vista do adaptador, é um ato de apropriação ou recuperação, e isso sempre envolve um processo duplo de interpretação e criação de algo novo”,  diz Hutcheon.

A adaptação não é “vampiresca” (a tradução também não o é): “ela não retira o sangue de sua fonte, abandonando-a para a morte ou já morta, nem é mais pálida do que a obra adaptada. Ela pode, pelo contrário, manter viva a obra anterior, dando-lhe sobrevida que esta nunca teria de outra maneira”, afirma a estudiosa canadense.

Outra perspectiva para o campo da tradução na contemporaneidade  vem a ser  o das relações de poder implícitas no ato tradutológico e a descolonização mental que  procede  à crítica da textualidade e da tradução que interferiram na construção do sujeito colonial e retextualizou os espaços. Vale mais o exemplo observado por Nair Anaya Ferreira de la UNAM  que muestra como Quahunáhuac, que em náhuatl indica a cidade de eterna primavera, transformou-se em Cuernavaca, perdendo as conotações simbólicas da região.

Outro enfoque é a tradução teatral que contem uma performance como situação de enunciação e mostra como o tradutor e o texto operam a mediação entre a cultura-fonte e a cultura-alvo que extrapola a linguagem verbal, uma vez que a encenação concreta, relativiza o trabalho tradutológico do texto escrito. Traduzir para concretizar um texto dramatúrgico  é também socorrer-se das “linguagens da cena.” (PAVIS, 2010,p.127). Deste modo, cobra especial interesse o estudo de uma série de concretizações interculturais como é o caso emblemático das obras shakespeareanas, por exemplo.

Quando se fala de línguas inventadas, fala-se em traduzi-las ou adaptá-las para uma outra língua? O portunhol selvagem, por exemplo, língua poética originária da fronteira do Brasil com o Paraguai, é um exemplo de uma língua sem “origem” (nascida do vazio deixado pelas línguas mães), podendo ser definida, grosso modo, como uma língua sempre estrangeira, que mantém seus usuários na “zona do não conhecimento”, como diz Giorgio Agamben, ou seja, na intimidade de um ser estranho e, justamente  por isso, os coloca diante do momento da criação.

Vale mencionar aqui que as traduções para o portunhol selvagem também partem do princípio da descriação da obra, ou melhor, da criação de uma nova obra, pois tomam a obra de origem quase que apenas como pretexto. Um exemplo de tradução selvagem é este haiku de Issa, cuja fonte foi o inglês: The wren/ earns his living/ noiselessly (A carriça/ ganha sua vida/ silenciosamente).

Em portunhol selvagem os versos ficaram assim, na versão de Douglas Diegues: la piedra es uma sábia/ passa la vida/ sin hablar nada.

Outro caso paradigmático de língua inventada é a que Joyce criou em seu romance Finnegans Wake (1939). O tradutor de Wake se esforça para manter junto de si um original cada vez mais distante, uma proto-imagem (Urbild), completamente perdida.   Ele lança seu olhar, como diz Walter Benjamin, num outro contexto, “sobre a ambiguidade das passagens: sua riqueza de espelhos que aumenta os espaços de maneira fabulosa e dificulta a orientação. Ora, este mundo de espelhos pode ter múltiplos significados e até mesmo uma infinidade deles – permanecendo sempre  ambíguo”.

Tradução selvagem seria, grosso modo, a tradução “espelhada”, feita conscientemente na sala de espelhos mencionada por Benjamin.

Coordenadores: Alai Diniz (CAPES /UNILA) e Dirce W. do Amarante (UFSC)

E-mails: agadin@gmail.com, dwa@matrix.com.br

Línguas aceitas para comunicação neste Simpósio: português, francês, espanhol

 

 

TRADUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA E LINGUÍSTICA DE CORPUS: PESQUISA, TERMINOLOGIA E ENSINO.

A informatização promoveu uma comunicação global e imediata, apesar de distâncias e diferenças linguísticas. Nesse processo, destacam-se o tratamento computacional da informação e das línguas, a tradução e o reconhecimento multilíngue de terminologias. A Linguística de Corpus, abordagem dos Estudos da Linguagem que analisa grande quantidade de textos – os corpora– por meio de apoio informatizado, dialoga com os Estudos da Tradução e de Terminologia, abrindo um novo universo de pesquisas. Partindo de acervos de textos originais e respectivas traduções (corpora paralelos) ou de mesma temática escritos originalmente em línguas diferentes (corpora comparáveis), por exemplo, pode-se investigar os processos da tradução e criar recursos para seu ensino, tais como glossários técnicos. Nesse contexto, este simpósio visa reunir trabalhos relacionados com a formação para a tradução técnico-científica e com o reconhecimento de terminologias utilizando a Linguística de Corpus.

Coordenadores: Maria José Bocorny Finatto (UFRGS) e Stella Tagnin (USP)

E-mails:  mariafinatto@gmail.com  seotagni@usp.br

Línguas aceitas para as comunicações neste Simpósio: português, espanhol, italiano, inglês, alemão e francês.

TRADUÇÕES DA AMAZÔNIA BRASILEIRA: INTERCULTURALIDADES E INTERDISCIPLINARIDADES

Este Simpósio reunirá estudos no âmbito da história cultural e estudos comparados, em torno das teorias da tradução, entendida esta última como atividade que precede todo ato de leitura (tradução intra/interlingual).

Abrigará propostas voltadas à compreensão dos processos de tradução cultural, focados no repertório da Amazônia como alvo/fonte de produções discursivas em diferentes esferas da linguagem humana (línguas, arte, literatura, política, práticas educativas, mídias), priorizando-se o estudo da narrativa/memória como um mosaico intercultural e interdisciplinar de versões sobre a região,  que, por seu turno, constroem campos de saber e de poder, referendados em construções discursivas, orais ou escritas, conforme as respectivas instituições legitimadoras.

Coordenadores: José Guilherme Fernandes e Sylvia Maria Trusen (UFPA)

Contatos: mojuim@uol.com.br / sylviatrusen@oi.com.br

Línguas utilizadas neste simpósio: português, espanhol, alemão.